A Anatel alerta para a crescente incidência do chamado “golpe do WhatsApp falso”, em que criminosos utilizam fotografias de perfil de usuários para se passar por vítimas e solicitar valores a familiares ou amigos. A prática tem gerado prejuízos de ordem financeira e emocional, já que o contato simula alguém conhecido e de confiança.
1. O que está ocorrendo
- No golpe, o fraudador cria ou acessa uma conta no WhatsApp com dados ou imagem de uma pessoa real.
- Em muitos casos, o golpe não se baseia em invasão da conta da vítima, mas na simples criação de linha nova ou uso de vazamentos de dados. A Anatel afirma que a obtenção de contatos pode ocorrer por vazamento de dados em massa ou por consultas em bases de crédito, e não necessariamente por invasão direta da conta.
- A agência explica que não há necessidade de troca imediata de chip ou número de telefone, em regra, pois os golpistas utilizam nova linha — mesmo assim, recomenda-se alteração de senha por precaução.
2. Medidas preventivas recomendadas pela Anatel
- No aplicativo WhatsApp, abra “Configurações › Privacidade” e configure:
- “Foto de perfil” → “Meus contatos”.
- “Visto por último” → “Meus contatos” ou “Ninguém”.
- “Recado” (status) → “Meus contatos”.
- Evite publicar livremente sua foto de perfil, status ou outras informações pessoais que permitam cópia ou se passarem por você.
- Ative a autenticação de dois fatores (2FA) no WhatsApp – isso não evita o uso de outro número, mas fortalece a sua conta.
- Esteja atento a solicitações de valores ou ajuda financeira que partem repentinamente de contatos que mudaram de número ou estão agindo de forma atípica. Desconfie sempre.
3. Em caso de ser vítima ou identificar o golpe
- Registre boletim de ocorrência on‑line junto à respectiva Polícia Civil do Estado de São Paulo ou ao órgão competente da sua unidade federativa — o B.O. é fundamental para se iniciar investigação formal.
- No WhatsApp, toque no perfil suspeito → “Denunciar contato” para alertar o serviço e auxiliar no bloqueio da linha.
- Envie também um e‑mail para [email protected] relatando o perfil falso e solicitando desativação da conta.
- Informe seus contatos e familiares de que o perfil é falso, para evitar novas vítimas.
4. Informação institucional e conscientização
Embora o WhatsApp não seja regulado diretamente como serviço de telecomunicações pela Anatel, a agência promove campanhas de conscientização como #ConexãoSegura e #MovimentoFiqueEsperto, voltadas ao combate de fraudes digitais.
No portal da Anatel, há seção denominada “Dicas contra Fraudes”, com atualizações constantes sobre os principais golpes em circulação, incluindo o “WhatsApp falso”, e orientações detalhadas de identificação, prevenção e denúncia.
5. Panorama atual dos golpes digitais no Brasil (dados atualizados)
De acordo com o Relatório de Segurança Digital da PSafe (2025), o Brasil registra mais de 5,2 milhões de tentativas de golpes virtuais por dia, sendo o WhatsApp a principal plataforma explorada pelos criminosos. Aproximadamente 76% das fraudes em aplicativos de mensagem envolvem engenharia social, em que o fraudador manipula a confiança da vítima para obter dados ou transferências.
O Painel de Fraudes da Febraban (2024) revelou que cerca de 40% das ocorrências de golpes bancários têm origem em aplicações de mensagem, especialmente o WhatsApp. O Serasa Experian apontou ainda que o Brasil lidera a América Latina em golpes de identidade digital, com aumento de 22% nas tentativas de fraudes de impersonação em relação a 2023.
Esses números evidenciam a necessidade de ações preventivas integradas entre usuários, empresas de tecnologia e órgãos de segurança pública, reforçando o papel educativo da Anatel e a importância da conscientização digital.
Resumo executivo
- Golpe recorrente: falso perfil no WhatsApp pedindo dinheiro.
- Prevenção: ajustar privacidade, ativar 2FA, desconfiar de pedidos incomuns.
- Ação em caso de golpe: registrar B.O., denunciar no WhatsApp, informar contatos.
- Dados recentes: 5,2 milhões de tentativas de golpes diários no país.
- Estratégia: colaboração entre usuários, plataformas e órgãos de segurança.