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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ao encerrar o CIAB Febraban 2021, nesta sexta-feira, 25 de junho de 2021, disse que a batalha atual é pela monetização dos dados. Tanto que, hoje, a maior preocupação é saber quanto que as empresas valem pelos dados que possuem. “Não tenho a menor dúvida que o futuro da indústria financeira será organizado pelos algoritmos”, afirmou ao ser questionado pelo presidente da Febraban, Isaac Sidney.

Campos Neto falou ainda do interesse das mídias sociais por meio de pagamento e diz que fica claro que elas querem ter o controle total dos dados dos clientes. “Mas temos de lembrar que as mídias sociais também começam a ser cobradas pelo excesso de dados que possuem”, assinalou. O presidente do Banco Central, em um rasgo de sinceridade, disse que o sucesso do Pix- que já responde por 1/3 de todo o meio de pagamento brasileiro em seis meses – surpreendeu. “Sabíamos que o Pix viria com força, mas foi mais do que se esperava. A ideia é e será sempre a de aumentar o bolo para todos e há novas funcionalidades vindo”, destacou.

Indagado sobre moeda digital- aqui batizada de Real Digital – Campos Neto disse que há pilotos no mundo, mas não no conceito que começa a ser entendido no Brasil. Diz que há mais perguntas do que respostas e muitas das perguntas ainda estão sem respostas. A tecnologia não é trivial e há visões diferentes dos bancos centrais do mercado e os mundos não estão conversando. A moeda digital será uma extensão da física, mas ainda falta muito para ser debatido”, frisou Campos Neto.

O presidente do BC evitou dar prazos, mas disse acreditar que até o final de 2022, será possível ter uma ideia mais clara do que será mais seguro para o mercado financeiro e para o correntista. E revelou que serão feitas consultas públicas sobre moeda digital para uma participação efetiva do ecossistema.

Ao falar sobre o Open Banking, Roberto Campos Neto lembrou que o projeto nasceu para aumentar a bancarização, a oferta de produtos e a criação de novos negócios a partir do compartilhamento dos dados. “Nem chamamos mais de open banking, mas, sim, de Open Finance porque é um projeto mais amplo de renovação”, destacou o presidente do Banco Central.

Campos Neto fez uma advertência: no mundo dos dados, a inovação é essencial, mas no Brasil, o custo de falhar é ainda mais alto. “Uma grande barreira à inovação é não poder falhar. E não tem jeito. Inovação falha. Só que aqui no Brasil, o custo da falha é superalto”, lamentou.

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